Sinopsis
Este livro nasceu a partir da tese "Um perfil de Maria da Pureza Monteiro Lobato" defendida em 2018. A figura de Purezinha Monteiro Lobato – como assinava – sempre me chamou atenção desde os tempos de graduação. Como seria a mulher que acompanhou Monteiro Lobato por uma vida (desde 1906 a 1944), organizou seu acervo, confeccionou álbuns com textos dele que saiam nos jornais recortados e colados um a um cuidadosamente? Que mulher seria essa que já trabalhava muito no início do século 1920 a ponto do noivo reclamar pelo pequeno volume de cartas? Uma mulher que sempre se colocava por trás dos bastidores. Em uma primeira tentativa de uma biografia dela, encontrei em sua família figuras influentes no cenário político e intelectual paulista, como o abolicionista Antonio Bento e o modernista Thiollier. Na busca quem seria Purezinha, organizei uma seleção e análise da correspondência de Lobato que a menciona: Barca de Gleyre (1944), Cartas Escolhidas (1959), Cartas de Amor (1969) e Quando o carteiro chegou (2010). Através destas cartas foi possível vislumbrar aspectos de sua vida familiar, intelectual e no gerenciamento da memória do escritor após 1948. A pesquisa também garimpou registros de sua vida escolar na Escola Caetano de Campos em São Paulo, e um caderno de anotações, com registro de suas leituras, além de anotações dela, talvez como projeto de escrita de uma biografia de seu marido. Mas a figura de Purezinha – tão representativa do papel feminino divulgado no início do século passado – continua intrigante. Eu lhe convido, caro leitor e leitora, a descobrir comigo quem foi a verdadeira senhora do Sítio do Picapau Amarelo.